A discussão sobre bancos centrais tem cada vez mais feito parte do debate público brasileiro. Qual é a influência do governo sobre suas decisões e o quanto isso impacta no controle da inflação? Nesse contexto, a teoria econômica defende que a autonomia do banco central permite a aplicação de políticas monetárias mais rígidas, como a elevação das taxas de juros, sem a interferência de pressões políticas para relaxamento dessas medidas.

Entretanto, essa concepção de autonomia técnica e imparcialidade tem sido criticada por vários atores sociais, em particular por seu alinhamento com os interesses do setor financeiro, muitas vezes em detrimento de um debate mais amplo sobre o papel do banco central na sociedade.

No Brasil, essa tensão se acentuou durante o terceiro mandato do presidente Lula, quando o presidente do Banco Central, com mandato fixo, não pôde ser substituído, mesmo diante de discordâncias sobre o direcionamento da política monetária.

Nesse cenário, o Observatório de Bancos Centrais (OBC) da UERJ/UFRPE surge com a proposta de investigar e identificar boas práticas de bancos centrais ao redor do mundo que possam contribuir para um debate mais inclusivo e acessível no Brasil. Além disso, o projeto busca fomentar a responsabilização das políticas adotadas pelo Banco Central do Brasil, ampliando o diálogo com a sociedade e promovendo a disseminação de conhecimento sobre o impacto da política monetária na distribuição da riqueza pública.