Como o Banco Central do Iraque atua na prevenção de crimes?
- Yasmin Meliga de Vasconcellos
- 30 de set. de 2024
- 2 min de leitura
Atualizado: 11 de out. de 2024
Resenha de artigo:
AL, Noor Al-Huda Emad Kadhim et al. The role of the central bank of Iraq in confronting economic crime. Edelweiss Applied Science and Technology, v. 8, n. 3, p. 374-386, 2024.

A economia iraquiana enfrenta desafios significativos associados à economia do crime, incluindo a lavagem de dinheiro e o financiamento do terrorismo. Com base na ideia de que o Banco Central do Iraque tem tido um papel positivo na garantia da estabilidade e transparência da economia do país, o artigo revela como o papel da autoridade monetária também é decisivo no combate aos crimes financeiros.
Os crimes financeiros afetam o sistema financeiro por meio do declínio da transparência e segurança. A partir dessa noção, a pesquisa reflete a importância do papel do Banco Central do Iraque, fundado em 1956 e com sede em Bagdá, na supervisão e monitoramento do trabalho das instituições financeiras e na obtenção da estabilidade monetária no país, especialmente após 2016. Um dos pontos mais enfatizados no estudo é que o sucesso no combate ao crime econômico depende também da cooperação com instituições internacionais e de uma boa regulação, oferecendo uma visão prática e detalhada de como essas ações afetam o Iraque.
Os autores elencam iniciativas do Banco Central do Iraque para o combate aos crimes, como a criação da Lei nº 39 de 2015 e de um escritório especializado em Lavagem de Dinheiro e o monitoramento de transações das instituições financeiras. A lavagem de dinheiro é um fenômeno histórico no Iraque, que adquire uma proporção ainda maior com a globalização, a abertura tecnológica, a liberalização dos mercados financeiros e o crescimento do comércio eletrônico, com o desenvolvimento dos métodos de transações bancárias, transporte e comunicações.
É difícil estimar a magnitude da lavagem de dinheiro no Iraque, principalmente porque novas tecnologias que contornam os sistemas eletrônicos oficiais se somam ao medo dos cidadãos que, temendo perseguição, deixam de denunciar esses crimes. Por isso, os autores destacam que esses tipos de crime precisam tanto da atuação mais geral do Banco Central, mas também de apoio local para identificar fontes e rastrear as transações financeiras suspeitas. As estatísticas apresentadas no artigo não estão muito bem elaboradas, mas se estima que a lavagem de dinheiro alcance um valor de 100 milhões de dólares por ano no Iraque.
A partir desses números, os autores sugerem políticas públicas como a ampliação dos investimentos em tecnologia do Banco Central do Iraque para que os sistemas de controle interno acompanhem a sofisticação dos crimes de lavagem de dinheiro. Além disso, defendem o treinamento de autoridades locais para auxiliar os esforços do Banco Central. Por fim, destacam a importância das campanhas de conscientização para ampliar a denúncia de casos suspeitos, garantindo a confidencialidade das informações sobre a identidade do denunciante, a fim de encorajar os cidadãos a relatar.