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O G20 e os bancos centrais: o papel das "finanças verdes" na ecologização do setor financeiro

A cúpula do G20 que reuniu na última segunda (18) e terça-feira (19) os principais chefes de Estado do mundo marcou a retomada do protagonismo brasileiro no panorama das decisões internacionais relativas ao comércio, sustentabilidade, energia, meio ambiente, mudanças climáticas e combate à fome. Não obstante, a discussão acerca do desenvolvimento socioeconômico das nações é advinda de reuniões anteriores do grupo, como a edição de 2016 sediada foi a cidade de Hangzhou, na China. 


Entre os temas de destaque da Cúpula de Hangzhou esteve os caminhos para uma governança eficiente e investimentos internacionais robustos para um futuro inclusivo para as próximas gerações. O potencial de reconstrução macroeconômica pautado em políticas verdes do encontro é tema de pesquisa de Fiona Hauke no livro “Winning Hearts and Minds - How Central Banks went green”, que destrincha projetos institucionalizados de modernização sustentável como o Programa das Nações Unidas para o meio ambiente (PNUMA) e o G20 Sustainable Finance Working Group (GFSG).

 

O PNUMA se tornou um secretariado do Grupo de Estudos de Finanças Verdes/Sustentáveis instaurado pela nação sede do G20 de 2016 e posteriormente copresidido pelo Banco Popular da China e pelo Banco da Inglaterra. A parceria euro-oriental colaborou em grande escala para o estabelecimento de uma agenda de políticas combatentes aos riscos financeiros relacionados ao clima, o CRFR. Em 2014, sob o pretexto de criação da PNUMA em conjunto com atos do Banco Popular da China, a China instaurou uma “Força Tarefa de Finanças Verde” conjugando trabalhos de acadêmicos da área com especialistas de regulamentação do setor público e privado da economia, com a constatação de que o próprio setor financeiro poderia prover os recursos necessários para gerar as mudanças necessárias rumo as finanças verdes.

 

O relatório da Força Tarefa ressalta que o estabelecimento de um sistema financeiro verde de longo prazo exige esforços de diversas partes interessadas, ao almejar a investigação da relação entre mudanças climáticas e riscos financeiros. Ademais, em seu primeiro anexo de síntese, o documento explicita o papel dos Bancos Centrais nesse contexto: a busca pela ecologização do setor e a avaliação dos riscos climáticos atrelados ao desenvolvimento industrial.

 

Os objetivos iniciais do GFSG consistem em avaliar a postura vigente sobre a financeirização sustentável, reconhecer os impedimentos existentes à ampliação da pegada verde no âmbito e indagar a capacidade de mobilização de recursos públicos e privados para gerar um potencial real de mudança.

 

A rede de construção de um sistema financeiro mais verde, NGFS, constitui a organização de grande parte das metas orientadas anteriormente visto que enveredou as políticas definidas pelo GFSG com as ações dos Bancos Centrais. Por meio dessa mobilização, a construção de um sistema financeiro sustentável deixou de ser uma miragem para se tornar uma convicção e uma necessidade a longo prazo, a fim de garantir a estabilização econômica em paralelo às mudanças climáticas.

 

Referências:

HAUKE, Fiona. Winning hearts and minds—How central banks went green. Springer Nature, 2023.

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